Vistos pela última vez em uma abordagem do DOF (Departamento de Operações da Fronteira), na fronteira entre Ponta Porã e Paraguai, os irmãos Rodney Campos dos Santos, de 27 anos, e Edney Bruno Ortiz Amorim, de 20 anos, estão desaparecidos desde sábado (12).
A família registrou o desaparecimento na terça-feira (15). Segundo uma prima, que preferiu ter a identidade preservada, os dois saíram de carro, um Golf, de cor preta e não avisaram aonde iam.
“Desde então eles estão desaparecidos. Já percorremos hospitais e delegacias. O carro era do pai deles e ontem tivemos acesso a um vídeo em que os dois aparecem em uma abordagem de policiais militares do DOF”, revela.
Ainda segundo a prima, os pais dos rapazes, após verem o vídeo preferiram não comentar sobre o caso. “Sei que meu tio está cobrando providências da polícia”, adianta.
Ficha – Rodney tem passagens por tráfico de drogas e estava em liberdade condicional. Já seu irmão não tem passagens pela polícia.
Vídeo - Nas imagens é possível ver que a abordagem é realizada por quatro policiais.
Os irmãos estão vestidos com camisetas vermelhas e um deles está próximo ao porta malas, com as mãos na cabeça enquanto um policial o revista. Neste momento é possível ver que o jovem entrega algo ao militar.
Simultaneamente outro policial pede para que o irmão erga sua camiseta, o que é acatado pelo rapaz. Já os outros policiais vistoriam o veículo em que os jovens estavam.
O carro que os irmãoes estavam também sumiu, sendo encontrado apenas ontem, quarta-feira, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
Investigação -Em nota publicada ontem, quarta-feira (16), o comandante do DOF, coronel Kleber Haddad Lane, confirma a abertura de inquérito militar para apurar a situação e o afastamento dos policiais.
O caso era tratado pela Polícia Civil, sendo comandado pelo delegado Rodolfo Daltro, porém, por determinação da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), ele irá para a DEH (Delegacia Especializa de Repressão aos Crimes de Homicídios) de Campo Grande.
"Tão logo tomei conhecimento, determinei ao delegado geral [Marcelo Vargas] da Polícia Civil para que avoque o inquérito e possa as as investigações ser conduzidas pelo setor de pessoas desaparecidas da delegacia especializada de homicídios da Capital", explica o chefe da Sejusp, José Carlos Barbosa.
O secretário ainda informa que, como esteve o dia todo em reunião no Ministério da Justiça, não pôde acompanhar mais de perto do caso, não podendo também dar mais detalhes sobre o desaparecimento.