Foi deflagrada nesta quinta-feira (7) a Operação Torre de Marfim, pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU). São investigados desvios de verba por Fundações de Apoio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e um grupo de servidores. Esta investigação não é relacionada à Operação Ouvidos Mouco.
A UFSC ainda não se pronunciou sobre a operação.
São cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva em Florianópolis e Balneário Camboriú.
A operação investiga a prática de fraudes em licitação na contratação de empresas fantasmas ou de parentes de gestores, supostos desvios de recursos e enriquecimento ilícito.
"Dois dos servidores investigados teriam movimentado cerca de R$ 300 milhões em contratos na coordenação de projetos e convênios entre os anos de 2010 a 2017", informou a PF.
Os suspeitos podem responder por crime licitatório, peculato, lavagem de dinheiro e atos de improbidade administrativa.
"A UFSC, segundo informações da CGU, é a entidade recordista em recomendações para correção de irregularidades [na administração de recursos educacionais com verbas federais] em Santa Catarina, com cerca de 120 recomendações, quase o dobro do segundo colocado", disse a PF, em nota.
Investigações
As investigações começaram em 2014 depois de uma comunicação feita pelo gabinete da Reitoria da UFSC.
"Instruída com nota técnica e relatórios elaborados pela CGU, o documento analisava aparentes irregularidades em projetos de pesquisa desenvolvidos com uso verbas públicas federais firmados em 2003 e 2004", informou a PF.
A Polícia Federal afirma que foram encontrados indícios de contratações de serviços sem licitação prévia, pagamentos realizados a empresas pertencentes a gestores de projetos, que estariam vinculadas a servidores da UFSC ou das Fundações de Apoio e pagamentos efetuados a empresas fantasmas.
"Entre 2010 e 2017 foram identificadas diversas irregularidades quanto à execução orçamentária apontando para o desvio de verbas públicas e para a prática de outros crimes licitatórios. Também chamou atenção dos investigadores um contrato questionado pelo TCU, onde um servidor aposentado da universidade, que também foi gestor do projeto, teve sua própria empresa contratada por cerca de R$ 20 milhões, sem licitação", de acordo com a PF.