Três unidades da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, em cidades usadas como rota da “Máfia do Cigarro”, começaram os trabalhos desta quinta-feira (17) sem os comandantes. Os oficiais tiveram as prisões decretadas durante a Operação Oiketikus que investiga o envolvimento em corrupção, principalmente na facilitação do contrabando de cigarro. O comando de Bonito já foi substituído na manhã desta quinta-feira (17).
Os policiais militares de alta patente e demais presos ontem, não passam por audiência de custódia. Ao todo, foram presos três oficiais e 17 praças.
O primeiro oficial preso foi comandante do 11º Batalhão da PMMS, em Jardim, tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa. Ao Campo Grande News, os advogados Ivan Gibim Lacerda e Rui Gibim Lacerda confirmaram tratativas para assumir o caso e a defesa do envolvido.
A reportagem apurou ainda que o major Oscar Leite Ribeiro é outro alvo. Ele comandava 2ª Companhia em Bela Vista, mas foi substituído no início do ano. No dia 11 de abril, o major publicou no Facebook que assumia “nova missão”, a de subcomandante do 4º BPM de Ponta Porã.
O terceiro oficial envolvido e preso nesta quarta-feira (16) foi o tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva, comandante da 1ª Companhia de Bonito. Ele teve o cargo substituído nesta manhã pelo capitão Francisco Solano, que assumiu o comando.
Segundo informações oficiais do Gaeco, todos são suspeitos de integrar uma “organização criminosa composta por policiais militares que atuam na facilitação do contrabando de cigarros”.
A operação desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e Corregedoria da Polícia Militar prendeu 20 suspeitos de facilitar o contrabando de cigarro no Estado. Batizada como Oiketicus (nome científico do insento apelidado de bicho-cigarreiro), a ação ocorreu nesta quarta-feira em 16 cidades de Mato Grosso do Sul e envolveu 125 policiais militares, além de nove promotores.
Segundo divulgou o Ministério Público do Estado, apenas um dos 20 mandados de prisão preventiva não foi cumprido. Nenhum dos presos teve o nome divulgado, porém o Campo Grande News apurou que um deles é o policial militar Alisson Almeida, que em março deste ano se envolveu em confusão com policiais rodoviários federais em Dourados.
Segundo o Gaeco, um mandado de prisão temporária e 45 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na ação. Dentre os policiais militares presos, estão praças e oficiais. Segundo MPE, eles atuam na facilitação do contrabando de cigarros.