O ex-governador de Mato Grosso do Sul e pré-candidato ao Executivo estadual, André Puccinelli (MDB), está preso na sede da PF (Polícia Federal). A informação foi confirmada nesta manhã na superintendência da Polícia, em Campo Grande.
Além dele, também há a informação de que o advogado André Puccinelli Junior, filho do ex-governador, foi preso e, de acordo com informação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), abriu mão da prerrogativa de advogado para ficar junto com o pai.
Na ocasião, a operação foi feita pela PF, CGU (Controladoria-Geral da União) e Receita Federal. Ao ex-governador, os investigadores atribuíram a chefia do grupo criminoso. André seria o beneficiário e garantidor do esquema de propina com a JBS, que teria repassado no mínimo R$ 20 milhões.
Ainda segundo apurado pela reportagem, a comissão de prerrogativas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil seccional de Mato Grosso do Sul) foi acionada na manhã de hoje por um delegado da PF, que notificou a prisão de dois advogados, que seriam André Puccinelli Júnior e João Paulo Calves.
A prisão do ex-governador André Puccinelli é preventiva e foi decretada pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara da Justiça Federal, no dia 18, quarta-feira.
Puccinelli Junior, que poderia ficar numa cela diferenciada, abriu mão da prerrogativa de advogado para ficar com o pai, como já havia feito em novembro do ano passado, quando André Puccinelli foi preso.
De acordo com Siufi, o juiz acatou os mesmos argumentos da prisão anterior de Puccinelli, como parte dos desdobramentos da Operação Lama Asfáltica, que investiga o desvio de recursos usados em obras públicas. As investigações começaram em 2015 e já resultaram, também, nas prisões do ex-deputado federal Edson Giroto e do empresário João Amorim, dono da Proteco, empreiteira envolvida em diversos empreendimentos sob suspeita. Ambos estão presos desde maio, em Campo Grande.
A nova prisão de Puccinelli, conforme a informação do defensor, tem relação, ainda, com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que mandou Giroto e Amorim para a cadeia, a pedido do MPF (Ministério Público Federal).
O pedido de habeas corpus para tentar livrar Puccinelli da prisão será apresentado ao TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, sediado em São Paulo, o mesmo que colocou o ex-governador em liberdade em novembro do ano passado, quando ele foi preso sob os mesmos argumentos de agora.
Segunda prisão - No dia 14 de novembro do ano passado, Puccinelli e o filho foram presos preventivamente, na na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Papiros de Lama, após delação premiada do pecuarista Ivanildo Miranda ao MPF. O empresário, segundo a delação, afirma ter repassado R$ 20 milhões a André a título de propina da empresa JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Ivanildo revelou, ainda, um esquema de propina mensal que vigorou de 2006 a 2013, envolvendo frigoríficos e pelo menos sete empresas, que “esquentavam” notas.
À época, além de Puccinelli e do filho dele, também foram presos os advogados Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves, que eram citados como ligados ao Instituto Ícone, de ensino jurídico, e portanto, a Puccinelli Júnior. No caso deles, a prisão era temporária e vence sábado.
A informação, de acordo com a Polícia Federal, tem como alvo uma organização criminosa que teria causado pelo menos R$ 235 milhões em prejuízos aos cofres públicos. Bens das pessoas investigadas, que somam R$ 160 milhões, foram bloqueados. André seria o beneficiário e garantidor do esquema de propina com a JBS, que teria repassado no mínimo R$ 20 milhões em apenas um ano.
Essa prisão durou 40 horas. No feriado de 15 de novembro, o desembargador do TRF3, Paulo Fontes, concedeu a liberdade a Puccinelli e ao filho.