Apontado como comparsa de Luiz Alves Martins Filho, o Nando, no caso das execuções em série ocorridas na região do Danúbio Azul/Jardim Veraneio, em Campo Grande, Jean Marlon Dias Domingues foi condenado somente por ocultação de cadáver.
O julgamento ocorreu nesta sexta-feira (21), na 2ª Vara do Tribunal do Júri. Marlon pegou pena de um ano, um mês e dez dias de reclusão, em regime aberto.
No início da sessão, ele negou que tenha participado do assassinato do menino Lessandro Valdonado de Souza, 13, diferente das versões dadas pelos supostos comparsas – o Nando, chefe dos executores, e Talita Regina de Souza, acusada de ter instigado o crime. “Não participei. Fiquei em estado de choque, porque eu conhecia o menino desde pequeno”, disse Marlon.
Diante da divergência, o juiz Aluízio Pereira dos Santos desmembrou o julgamento, decidindo apenas pelo de Marlon. Nando voltará ao banco dos réus em outra data. Talita, que recorreu por ausência de provas, também baseada na inconsistência dos depoimentos, vai a júri somente depois da decisão do recurso.
O desmembramento foi requerido porque o mesmo defensor que atendia Marlon também defendia Nando. Como os depoimentos de ambos eram divergentes, pois o rapaz dizia que não havia participado e Nando alegava que sim, o defensor se julgou incapaz de atender a ambos. Ele sugeriu continuar com o julgamento de Jean e pediu que a justiça remarcasse o júri com Nando, para que este pudesse ter novo advogado ou defensor.
Nando está preso na Penitenciária Estadual de Dourados (PED) e se recusa a tratar tuberculose, motivo pelo qual oferecia risco à saúde dos jurados e teve a sessão por videoconferência. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, o crime ocorreu no dia 1° de agosto de 2016, em cemitério clandestino feito por Nando no Jardim Veraneio. Na ocasião, Lessandro teria sido atraído para o local e estrangulado com uma corda até a morte.