Insatisfeitos com os seis meses em que a fronteira do Paraguai com o Brasil foi fechada pelo governo do país vizinho devido à pandemia da Covid-19, moradores de Ponta Porã, no sul de Mato Grosso do Sul e de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, protestaram no último domingo (13) atravessando a linha internacional que separa os dois países.
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde do Paraguai, até ontem segunda-feira (14), são 27.817 casos confirmados e 525 mortos. Em Mato Grosso do Sul, conforme a secretaria estadual de Saúde (SES), até hoje, o número de óbitos no estado provocados pela doença chegou 1.085 e foram confirmados 331, o que elevou o total do estado para 59.408. A taxa de contágio sofreu uma leve variação, passou de 1,08 para 1,10%.
A fronteira que é vigiada pelo exército paraguaio desde março, teve um redução no efetivo de militares desde que o ex- vice presidente do país, Oscar Sanches, de 74 anos, foi sequestrado na última quarta-feira (9) no departamento Concepción, fronteira com o Brasil, na região do Bela Vista (MS). Parte dos militares foram destinados para a região central do país para participar da operação de resgate do político.
Por conta da redução do número de militares na região de fronteira, cercas de arames farpados, queima de pneus e barricadas foram retirados da linha internacional e muitos decidiram atravessar a fronteira como forma de protestar pela reabertura.
O número de militares no local e que foram destinados para participar da operação de resgate de Oscar Sanches não foram divulgados pelo governo paraguaio.
Protestos
Um protesto pedindo pela reabertura da fronteira entre Brasil e Paraguai aconteceu no final de agosto em Salto del Guairá, na fronteira com o Brasil em Mato Grosso do Sul reuniu cerca 300 pessoas em uma carreata que percorreu as principais ruas da cidade, vizinha a Mundo Novo (MS).
Fechada pelo governo paraguaio há mais de 5 meses devido à pandemia da Covid-19, os manifestantes alegam que a reabertura da fronteira é necessária, pois diversos comerciantes estão fechando as portas devido a falta de turistas brasileiros.
Após as confirmações dos primeiros casos, o Paraguai iniciou uma quarentena há 6 meses, quando foi proibido o trânsito de pessoas das 20h às 4h. O comércio também foi fechado à época e começou a ser aberto tem maneira bem tímida no final de maio.
Os manifestantes alegam estão cumprindo corretamente a quarentena imposta pelo governo, mas que não podem mais suportar a situação de lockdown.
Protestos com carreatas semelhantes também foram registrados em outras cidades fronteiriças com o Brasil , Cidade do Leste e Salto de Guairá. Todas as fronteiras entre Brasil e Paraguai estão fechadas desde o dia 18 de março com apoio do Exército.