Com o Sistema Único de Saúde (SUS) passando pelo momento mais crítico desde o início da pandemia, 46 entidades médicas assinaram um manifesto para apoiar e reforçar a necessidade do uso de máscara como instrumento de combate ao coronavírus. O manifesto foi divulgado no início da tarde deste domingo, 28.
Na nota, entidades médicas como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, a Faculdade de Medicina de Botucatu / Unesp e outras, defendem não só o uso das máscaras, mas também ações para contenção da pandemia da covid-19, como o distanciamento físico, não compartilhamento de objetos de uso pessoal e a higienização das mãos.
“Máscaras são instrumentos eficazes para a redução da transmissão de vírus respiratórios e são preconizadas na atual pandemia para uso, não apenas por profissionais da saúde no cuidado de indivíduos com suspeita ou diagnóstico de COVID-19, mas por todos. O uso correto da máscara é a ação pessoal com efeito coletivo fundamental para diminuir a circulação do vírus da COVID-19 que assola o país neste momento”, diz a nota.
O comunicado continua: ” É urgente que as medidas efetivas para diminuir a transmissão da doença sejam assumidas pela população como compromisso social para diminuir a possibilidade do surgimento de novas variantes do vírus e o colapso total dos serviços de saúde de todo país.”
Manifesto contrasta com postura de Bolsonaro
Na última quinta-feira, 25, o presidente da República, Jair Bolsonaro, citou um estudo alemão para criticar supostos efeitos colaterais do uso de máscaras. De acordo com o Estadão Verifica, trata-se de uma análise de pouco rigor científico e incapaz de comprovar relação com os problemas mencionados em crianças.
O artigo também não foi revisado por pares, nem publicado em revistas científicas até o momento.
Evidências apontam que, nesse mais recente ataque ao uso de máscaras, Bolsonaro se baseou em um tuíte de um médico negacionista chamado Alessandro Loiola, que já foi alvo de quatro verificações do Projeto Comprova por espalhar informações falsas e é autor de um livro chamado “Covid-19: a fraudemia”, um compêndio de teses anticientíficas e teorias conspiratórias.
Assinam o manifesto: