O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, anunciou nesta segunda-feira, 10, sua renúncia ao posto. Em meio a uma crise econômica, Diab ficou ainda mais fragilizado no cargo após a grande explosão ocorrida há alguns dias no porto de Beirute, que provocou uma onda de protestos e insatisfação popular.
Em seu discurso de despedida, Diab atribuiu a explosão à corrupção e disse esperar uma investigação do fato. A explosão da semana passada deixou mais de 150 mortos e milhares de feridos.
EXPLOSÃO
A explosão em Beirute, sentida a 240 quilômetros de distância, ocorreu em um período sensível para o Líbano, que vive crescente crise econômica e divisões internas, enquanto lida com os danos provocados pela pandemia de covid-19.
Os últimos tempos têm sido marcados por manifestações nas ruas do país contra o modo como o governo lida com aquela que é considerada a pior crise econômica desde a guerra civil de 1975-1990.
O Líbano, que tem uma dívida pública de US$ 90 bilhões, importa a maioria da sua comida, e o porto de Beirute, fundamental no armazenamento dessas importações, está agora destruído.
Foi pouco depois das 18h da última terça-feira (4) que uma enorme explosão abalou a capital libanesa, acompanhada por outras menores.
O presidente Michel Aoun informou que durante os últimos seis anos estiveram armazenadas, sem condições de segurança, em um armazém do porto, 2.750 toneladas de nitrato de amônia, produto químico utilizado em fertilizantes e bombas.