Produtos agrícolas apreendidos em cargas de drogas em Mato Grosso do Sul ganharam, recentemente, uma nova destinação na região sul do estado. Os produtos, como milho e fécula de mandioca, que antes eram descartados após a apreensão, agora estão sendo, em partes, doados a produtores rurais. Impróprios para consumo humano, a carga está sendo usada para alimentar animais.
A novidade é parte de um projeto piloto que pretende ajudar agricultores familiares em toda a região de fronteira, e é uma parceria entre a Prefeitura de Ponta Porã, Polícia Federal e Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). De início, 128 famílias serão beneficiadas. "Sabemos que os valores dos insumos estão muitos altos e isso deve diminuir bastante o custo final para poder passar essa ração para os animais", afirma Caio Augusto, secretário de Desenvolvimento Regional de Ponta Porã.
O Departamento de Operações de Fronteira (DOF) é o responsável por grande parcela das grandes apreensões de drogas em Mato Grosso do Sul, graças à intensa fiscalização na fronteira entre Brasil e Paraguai. De acordo com o diretor do DOF, Wagner Ferreira, cerca de 90% dos entorpecentes são encontrados em meio a cargas de produtos agrícolas. "Quando o produto não tem reconhecimento pelo proprietário, ele é depositado em alguns silos da região, principalmente quando se trata de grãos. Depois, o judiciário define a destinação final do produto", comenta.