O relógio marcava 2h30 e os termômetros 5°C quando Ercílio Miranda e a esposa Maria Aparecida dos Santos chegaram no drive do Albano Franco para tomar a sonhada vacina contra a covid.
Nem precisa falar que sim, eles foram os primeiros da fila, e enfrentaram o frio para serem imunizados. O medo de ficar sem a vacina foi maior que tudo, afinal, esta é a terceira tentativa de Ercílio.
Eletricista de 46 anos, ele conta que tentou tomar quando o calendário alcançou a sua idade, mas acabaram as doses. Ontem (1º) ele também saiu de casa para tomar no posto próximo de casa, mas as senhas já tinham esgotado.
"Aí hoje vim cedão. Estou aguardando. É a nossa primeira dose", diz. A esposa, Maria Aparecida, tem 42 anos e de lá eles sairiam imunizados juntos. "Vacina é vida, é o único jeito", explica a mulher.
Com tantos mortos noticiados todos os dias, o casal viveu de perto o drama de perder alguém para a doença. "Uma amiga nossa faleceu e quando é mais de perto é doído demais", comentam.
Monitor de escola, Marino de Souza Soares, 53 anos, também madrugou para garantir a segunda dose. Ele chegou ao Albano Franco às 3h50 da manhã. "Ontem era para eu tomar, mas eu passei aqui e a fila estava imensa e fui para o trabalho. Falei para a minha esposa que hoje eu iria madrugar", fala.