Certa dose de frustração pela condição atual há de ser considerada benéfica, porque será o ponto de apoio para continuar a aventura do progresso. Porém, é um remédio delicado, que pode se transformar em decepção.
A normalidade acena com a possibilidade de sua alma se sentir mais segura e confortável, porém, isso seria pertinente, não fosse que, ao mesmo tempo, a mesma alma anseia viver um momento de excitação, de surpresa.
A inconsequência juvenil é independente da idade, é uma forma de agir por impulso, sem pensar nos resultados nem muito menos no preço que se paga por tudo que se faz. Dar certo ou não é irrelevante, só importa agir.
Paradoxalmente, se você quiser aumentar sua independência, você precisa constituir laços de cooperação e interdependência com as pessoas que sua alma chamará de amigas. A amizade é um assunto sério e muito profundo.
Nem tudo pode ser amarrado e deixado em ordem em tão pouco tempo, como sua alma pretende. Porém, ainda assim muita coisa pode ser adiantada. Faça o possível, não se forçando a realizar mais do que puder. Melhor assim.
A aventura do progresso é interminável, porque, sem importar o quanto você tenha avançado, a alma sempre irá querer aquilo que ainda não conquistou. Se isso é bom ou mau? Não há moral no caminho do progresso.
Nem tudo que a alma sente há de ser tomado como um pressentimento a ser levado a sério. Porém, como diferenciar os sentimentos? É para isso que serve o discernimento, mas que, para ser usado, há de haver vontade.
É sábio reconhecer com a maior clareza possível quem seriam seus aliados e adversários, para que sua alma se tranquilize a respeito dos que considera aliados, e também mantenha por perto, para monitorar, os adversários.
Você não precisa atropelar ninguém para fazer o que deseja, porque, neste momento, apesar das limitações e constrangimentos, você pode seguir em frente sem pedir licença para ninguém. As explicações serão posteriores.
Viver o que o desejo propõe, haveria algo mais interessante do que isso? É, é claro, se você souber desejar, porque de nada adiantaria ir em frente sem saber distinguir um desejo de um capricho, não é? Ou será que é?
Sair da caverna para se lançar à aventura? Ou ficar no conforto e segurança da caverna imaginando mundos e fundos que não serão experimentados concretamente? Talvez seja possível viver as duas coisas ao mesmo tempo.
A dispersão é difícil de superar, mas não impossível. Não se trata de se esforçar nem tampouco de focar, mas de agir com leveza e despreocupação, para que a ansiedade não se intrometa em suas atividades. Aí sim!