O que você precisa fazer provavelmente não seja o que você deseja fazer, e não deveria haver conflito algum a esse respeito, apenas o processo natural e misterioso da vida, sempre cheio de contradições. Ou não?
Em primeiro lugar observe o panorama amplo do momento histórico em que você existe atualmente, porque só depois desse entendimento você perceberá com clareza qual é sua parte relativa na coisa toda, qual é sua função.
Você vai ter de fazer uma aposta com seu próprio coração, deixando de lado os intrincados raciocínios que parecem avisar que tudo dará errado, enquanto os sentimentos mais íntimos mandam você seguir em frente.
Tenha em mente a preservação de um dia a dia sereno, desprovido de perrengues desnecessários, e em nome disso faça todas as concessões que a situação demandar, porque o preço dessas será mais barato do que o do conflito.
Melhorar é sempre desejável, mas no momento seria impossível, e a esse respeito seria sábio não ficar dando murro em ponta de faca, mas aproveitar o que pode ser aproveitado e fazer ouvidos surdos para o imprestável.
Fazer o que você deseja é uma atitude legítima, mas que nem sempre se encaixa bem no cenário dos relacionamentos. Porém, deixar de fazer o que se deseja é algo que vai em detrimento da qualidade dos relacionamentos.
Acordos são necessários e precisam ser aceitáveis, porque a perfeição não está ao alcance agora. Aceitar as condições e se adaptar a elas, ciente de que todo mundo está fazendo alguma concessão neste momento.
Importante mesmo é que tudo seja esclarecido e que possa ser sintetizado num acordo formal, ou numa carta de intenções. Talvez isso seja distante do que deveria ser, mas no momento é preciso aproveitar o disponível.
Fazendo o necessário já será um enorme avanço, de resto as coisas irão se acertando ao longo do tempo. Procure não esperar gratidão por você fazer a sua parte, mas continuar em frente exercendo sua função e nada além.
Você sabe que a hora de agir é agora, e que por mais impressionantes que sejam seus dilemas a respeito, é isso mesmo que tem de fazer. Não se trata de agir por impulso, mas por necessidade. Siga em frente.
As preocupações mundanas hão de ser limitadas intencionalmente por você, não porque sejam irrelevantes, elas têm seu peso, mas porque neste momento há, de fato, coisas mais importantes para se envolver. Em frente.
A despeito de que a vida, com seus mistérios, tenha reunido pessoas muito diferentes entre si, tanto que pareceria improvável elas terem algo em comum; se é isso que está acontecendo, então haverá uma razão.