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QUINTA-FEIRA, 05 DE JUNHO DE 2025
27 de MAIO de 2025

Sanção ao STF pode agravar relações do Brasil com EUA e respingar no agro de MS

China respondeu por 45,4% das exportações do estado, destaque para celulose, soja e carne bovina congelada. (Foto: Aprosoja).

 

O comércio exterior entre Brasil e Estados Unidos, do qual Mato Grosso do Sul é um dos principais fornecedores de produtos agropecuários, pode ser abalado caso se confirmem eventuais sanções americanas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A avaliação é do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, que observa com preocupação as declarações do secretário de Estado americano, Marco Rubio, segundo as quais “há uma grande chance” de o governo dos EUA aplicar sanções ao ministro com base na Lei Global Magnitsky.

A legislação americana permite punições a autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou de graves violações de direitos humanos. A alegação é de que Moraes e outros membros do STF estariam promovendo uma perseguição judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros políticos e militantes de direita, o que, para Rubio, representaria um “alarmante declínio dos direitos humanos”.

O temor é que um eventual agravamento da tensão diplomática provoque um “efeito dominó”, afetando as relações políticas e comerciais entre os dois países.

“Prefiro não acreditar que essa hipótese exista (sanção), embora saiba que indiretamente pode ocorrer. Se isso acontecer, será claramente uma ingerência dos Estados Unidos no Brasil, o que poderia levar o país a se aproximar ainda mais da China. Não que o comércio com a China seja ruim, pelo contrário, hoje é muito favorável ao Brasil”, disse Castro. “Na verdade, seria a criação de um fato a partir de outro.”

Ontem, segunda-feira (26), a crise subiu mais um degrau. O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, pediu ao STF a abertura de inquérito policial contra o deputado Eduardo Bolsonaro, que licenciou-se do mandato, mudou-se para os Estados Unidos e de lá comanda uma campanha aberta por sanções (cassação de vistos de entrada no país e o bloqueio de bens e contas em território americano) ao ministro Alexandre de Moraes e autoridades do Ministério Público Federal e Polícia Federal. É o próprio Moraes quem deve autorizar ou não a investigação contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também seria intimado a depor.

O presidente da ADB teme que um eventual acirramento da crise traga impactos negativos ao comércio bilateral, prejudicando principalmente o Centro-Oeste, onde Mato Grosso do Sul se destaca como potência agroindustrial.

“É uma situação que, neste momento, exige ponderação. O ideal é que o Brasil tenha o bom senso de evitar o avanço dessa situação. Seria uma ingerência dos EUA sobre o Brasil, o que poderia resultar em retaliações e dificultar ainda mais nosso cenário comercial”, disse. “Torço para que isso não ocorra, pois, se acontecer, o impacto será significativo não apenas nas exportações, mas também na geração de novas oportunidades comerciais. Seria um cenário instável, onde decisões simples se tornam imprevisíveis e tomadas por impulso, dificultando o comércio exterior.”

Caso se confirmem as sanções, o comércio entre Brasil e EUA poderá sofrer consequências. Embora a China possa não se beneficiar diretamente, a crise poderá gerar incertezas quanto ao futuro das exportações brasileiras também para o mercado asiático.

Se o governo americano de fato sancionar Alexandre de Moraes, seus bens e contas nos EUA poderão ser congelados, além de ele ser impedido de entrar no país. Fora do território americano, os efeitos dependerão da adesão de instituições financeiras e de outros governos às medidas.

Mercado - Os EUA são o segundo maior comprador dos produtos de Mato Grosso do Sul, atrás apenas da China, conforme dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). Em 2024, os EUA adquiriram US$ 669,5 milhões em produtos do estado, o que representou 6,7% das exportações sul-mato-grossenses, lideradas por celulose, carne bovina e óleos e gorduras animais. A China respondeu por 45,4% das exportações do estado, somando US$ 4,53 bilhões, com destaque para celulose, soja e carne bovina congelada.

O deputado federal Geraldo Resende (PSDB) disse que eventuais sanções contra Moraes seriam “uma clara afronta à soberania brasileira e à independência de nossas instituições”, mas não crê que a crise possa evoluir.

“Espero que essa hipótese seja definitivamente descartada, preservando-se, assim, as tradicionais relações de amizade, respeito mútuo e cooperação comercial entre Brasil e Estados Unidos.”

 



Fonte: Campo Grande News



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