A Polícia Rodoviária Federal (PRF) contará, a partir desta semana, com o apoio do Grupo de Choque Nacional para reforçar as ações de segurança em rodovias federais de Mato Grosso do Sul, diante dos recentes bloqueios promovidos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O efetivo especializado será responsável por atuar em interdições e conflitos com respaldo técnico, legal e respeito aos direitos fundamentais, conforme nota divulgada pela corporação.
A mobilização ganhou força após a ocupação de uma fazenda no distrito de Panambi, em Dourados, no domingo (27/04), por cerca de 300 integrantes do MST. O imóvel rural, segundo o movimento, pertence à empresa JBS e estaria inativo há mais de dez anos. A ação durou 24 horas e terminou com uma operação conjunta da Polícia Militar, Tropa de Choque e Departamento de Operações de Fronteira (DOF), que utilizaram bombas de efeito moral para desocupar a área.
Em reação à retirada, integrantes do MST bloquearam a BR-163 nos dois sentidos, como forma de pressionar por uma agenda com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O bloqueio causou longos congestionamentos e obrigou o deslocamento de forças de segurança ao local. Com o uso de retroescavadeiras, os materiais utilizados para a interdição foram removidos, restabelecendo o tráfego.
Após as ações, os movimentos sociais foram informados de que terão uma reunião marcada para o dia 19 de maio com representantes federais do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, onde pretendem apresentar reivindicações relacionadas à reforma agrária no Estado.
Em nota, a PRF destacou que a presença do Grupo de Choque tem como objetivo reforçar a capacidade de resposta da instituição diante de cenários críticos, sempre respeitando os princípios da proporcionalidade e do uso moderado da força. A corporação afirma ainda que prioriza a negociação e a preservação da integridade física de todos os envolvidos.
“A atuação segue rigorosamente os parâmetros estabelecidos pela própria instituição e pela legislação vigente, priorizando a negociação, a prevenção de conflitos e a preservação da integridade física de todos os envolvidos”, reforça a PRF.